A história da Elgin

Quando pensamos em empresas brasileiras que marcaram a história, a Elgin é um nome que se destaca. Poucas companhias conseguiram transitar com tanta maestria entre setores tão variados, com produtos que vão de máquinas de costura a soluções de energia solar. Todo este percurso evidencia não apenas a capacidade de inovação, mas também a habilidade de se adaptar às mudanças do mercado. Hoje, você vai conhecer a trajetória desta empresa 100% nacional.

A Pronúncia do Nome

Você já se perguntou como se pronuncia Elgin? Por muito tempo, existia confusão: seria “Élguin” ou “Eugin”? A resposta vem do próprio material institucional da marca: é “Eugin”, com som suave, como é utilizado no marketing oficial.

Mas de onde surgiu o nome? A inspiração veio dos famosos “mármores de Elgin”, uma coleção de esculturas gregas retiradas do Partenon, em Atenas, pelo britânico Thomas Bruce, que tinha o título de Conde de Elgin. Essa admiração pela beleza e pelos detalhes das obras levou os fundadores a escolherem o nome que simbolizaria a empresa no futuro.

O Início em 1952

A Elgin foi fundada em 1952 por quatro sócios, incluindo Davi Feder, um austríaco de origem judaica que se refugiou no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial. A primeira fábrica foi instalada em Mogi das Cruzes, São Paulo. Apenas um ano depois, em 1953, a Elgin já lançava suas primeiras máquinas de costura brasileiras, marcando sua entrada em um mercado que ainda estava em fase de crescimento.

Na época, as máquinas de costura eram essenciais nas casas e as da Elgin rapidamente ganharam popularidade. Isso ajudou a consolidar a marca como uma das principais fabricantes do setor no país, sendo praticamente sinônimo de costura no Brasil por décadas.

A Revolução das Máquinas de Costura

Apesar de outras marcas, como Singer, já dominarem o mercado global, a Elgin trouxe uma abordagem nacional e acessível. Em 1956, a empresa começou a produzir móveis de madeira para sustentar as máquinas, algo inédito na época. Isso agregava valor ao produto e o tornava mais funcional, especialmente para costureiros profissionais.

Não satisfeita, a Elgin expandiu sua produção, inaugurando uma fundição para fabricação de peças e motores de tratores. Essa diversificação teve como base a mesma tecnologia usada em suas máquinas de costura.

A Diversificação da Produção

Na década de 1960, a Elgin ainda ampliou sua atuação ao criar a divisão de refrigeração. Aproveitando sua experiência em componentes elétricos, a empresa começou a fabricar compressores e unidades condensadoras. Este padrão de aproveitar ao máximo os recursos já existentes na produção recebeu até uma comparação curiosa: segundo os próprios representantes da marca, “a máquina de costura é como o boi, aproveita-se tudo”.

Esse modelo de negócios levou a Elgin para mercados inovadores. Em 1985, a empresa estreou no segmento de cozinhas planejadas, com a linha Elgin Cuisine, voltada para consumidores de alto padrão. Esta ampliação trouxe design e inovação para dentro das casas brasileiras.

Parcerias Estratégicas e Novos Mercados

Em 1994, a Elgin deu um grande passo ao entrar no setor de eletrônicos através de uma parceria com a japonesa Canon. Isso permitiu à empresa comercializar scanners, impressoras e câmeras fotográficas no Brasil. Esta conexão foi um marco na sua evolução tecnológica.

Poucos anos depois, em 1998, a Elgin adquiriu a divisão de automação comercial de uma empresa referência no mercado, a Dismac. A expansão incluiu o desenvolvimento de soluções como impressoras fiscais e equipamentos para terminais de autoatendimento, lançados em 2006.

Além disso, a empresa investiu no mercado de consumo com o lançamento de CDs graváveis e os memoráveis MP3 players—produtos que agradaram muito aos brasileiros durante os anos 2000.

Aposta na Sustentabilidade

Já na década de 2010, ficou evidente que a Elgin queria inovar também na área ambiental. Em 2016, comemorando cinco décadas no mercado de climatização, lançou aparelhos de ar-condicionado ecológicos.

Logo depois, a empresa passou a investir em energia solar. Em 2017, começou a produzir kits fotovoltaicos e inversores, entrando no mercado de energia limpa e renovável. Este foi um movimento extremamente estratégico, destacando-se como uma das pioneiras no setor no Brasil.

Transformação e Renovação

Em 2020, a Elgin passou por uma mudança notável em sua identidade visual, adotando um logo mais moderno e alinhado com a inovação e o universo digital. Esta transformação não foi apenas estética, mas também uma forma de refletir o dinamismo da companhia.

Hoje, sob o comando de Rafael Feder, neto do fundador Davi Feder, a Elgin continua mostrando sua força no mercado, com produtos que vão desde iluminação e refrigeração até soluções para casas inteligentes.

A Presença Atual e o Legado

Mesmo com tantos segmentos dominados, a Elgin ainda mantém a produção de máquinas de costura. Apesar de representar uma pequena fatia do faturamento atual, a fabricação do produto que deu origem a tudo é uma forma de manter vivo o legado da marca.

A empresa é um exemplo de resiliência e inovação. Sua história é a prova de que, com visão e coragem, é possível se reinventar e prosperar em situações adversas.

Se olharmos em volta, é provável que algum produto da Elgin faça parte do nosso cotidiano, mesmo que passe despercebido. Isso mostra como a marca se enraizou em nosso dia a dia, tornando-se relevante e confiável ao longo das décadas.

Conclusão

A história da Elgin é um exemplo inspirador de como uma empresa brasileira pode crescer, inovar e se adaptar às mudanças do mercado. Com quase 70 anos de trajetória, a marca se tornou sinônimo de qualidade e versatilidade, sendo referência não apenas no Brasil, mas também em mercados internacionais.

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