A História da Internet! História da Tecnologia

Chegar ao capítulo 50 de uma série que desbrava a história da tecnologia é um marco especial. Isso só foi possível graças a você que acompanha, comenta, dá sugestões e interage toda semana. Para celebrar essa conquista, decidimos contar a fascinante história da internet, uma invenção que revolucionou a comunicação e o acesso a informações no mundo todo. Vamos viajar no tempo para entender como tudo começou e como essa tecnologia incrível molda nossas vidas até hoje.

O início da comunicação à distância

Muito antes dos computadores existirem, cientistas e escritores já sonhavam com uma forma de comunicação instantânea entre pessoas situadas a longas distâncias. O telégrafo, inventado no século XIX, pavimentou esse caminho. Em 1858, foi instalado o primeiro cabo transatlântico de telégrafo, ligando continentes e tornando o mundo mais conectado. Décadas depois, em 1956, o primeiro cabo telefônico transatlântico reforçou esse avanço, conectando a Escócia ao Canadá.

Essas tecnologias iniciais, ainda que rudimentares, abriram as portas para algo maior. Mas faltava algo além de fios e sinais elétricos: faltava inteligência por trás das máquinas.

O nascimento da computação e a visão de redes

Nos anos 1950, os Estados Unidos viviam os tempos da Guerra Fria. Nesse contexto, os computadores começaram a ganhar espaço. Apesar de gigantescos e sem interfaces visuais como as de hoje, já existia a possibilidade de operá-los de forma remota, embora dentro de prédios onde estavam instalados. Mas a ideia de conectar essas máquinas em rede ainda era apenas uma visão do futuro.

Foi nessa época que a ARPA (Advanced Research Projects Agency), criada pelo governo norte-americano em 1958, deu início a pesquisas científicas e tecnológicas inovadoras. Uma figura de destaque foi J.C.R. Licklider, do MIT, que começou a imaginar uma espécie de “rede galáctica” de computadores onde dados poderiam ser acessados por qualquer pessoa de qualquer lugar.

Essa ideia visionária deu origem aos primeiros passos para a internet.

A tecnologia de commutação de pacotes e os nós de rede

Um dos grandes avanços para conectar máquinas foi a criação da tecnologia de comutação de pacotes. Nesse método, as informações são divididas em pacotes menores, enviados individualmente pela rede e reagrupados no destino. Isso tornava a transmissão mais eficiente e menos dependente de uma única rota.

Outro avanço crucial foi a implementação dos nós. Esses pontos de interseção funcionavam como “postos de controle”, garantindo que os pacotes de dados não se perdessem no caminho. Esses aperfeiçoamentos trouxeram estabilidade e confiança às redes, permitindo comunicações mais complexas.

ARPANET: o início de tudo

Em 1969, ocorreu a graduação de um sonho para a realidade. Foi criada a ARPANET, a primeira rede de computadores operando com sucesso. Meio experimental, essa pequena rede conectou inicialmente quatro instituições: UCLA, Stanford, UCSB e a Universidade de Utah. O marco histórico aconteceu em 29 de outubro daquele ano, quando a primeira mensagem foi transmitida. Ela deveria ser a palavra “login”, mas só “LO” chegou antes que o sistema caísse — gerando também o primeiro “erro de conexão” da história.

Com o tempo, a ARPANET evoluiu, foi ganhando mais nós e provou ser uma tecnologia viável. Diferente do mito amplamente difundido, seu objetivo inicial não era resistir a ataques nucleares. Na verdade, o propósito era conectar cientistas e facilitar a troca de informações em pesquisas.

A evolução para comunicação global

Na década de 1970, as redes começaram a crescer e se diversificar. Protocolos de comunicação foram criados, como o NCP (Network Control Protocol), que trouxe padronização para interligar pontos. Em 1971, o número de nós na rede chegou a 15 — resultado do crescimento rápido impulsionado por avanços como o e-mail, inventado no mesmo período.

A primeira conexão internacional da ARPANET aconteceu em 1973, quando ela se conectou à Noruega e ao Reino Unido. Isso abriu caminho para discussões sobre a criação de uma arquitetura de rede aberta, permitindo que diferentes redes, com diferentes propósitos, se comunicassem.

TCP/IP: o passo definitivo

Foi percebido que o NCP tinha limitações para criar uma comunicação global e interligada. Em resposta, os pesquisadores Vint Cerf e Bob Kahn desenvolveram o protocolo TCP/IP, um modelo que permitia o envio de pacotes de dados entre redes distintas de forma eficiente. O TCP/IP se tornou o padrão de comunicação oficial da ARPANET em 1º de janeiro de 1983, marcando um novo ponto zero na história da internet.

Nessa época, a ARPANET foi dividida em duas: MILNET, dedicada a fins militares, e a ARPANET, para usos acadêmicos e civis. Essa separação simbolizou a transição para um foco maior em conectividade além do âmbito militar.

O surgimento da World Wide Web

A internet começou a deixar de ser uma ferramenta exclusivamente acadêmica na virada dos anos 1980 para os 1990, mas ainda faltava algo para torná-la acessível ao público geral. Esse “algo” foi a World Wide Web (WWW), criada por Tim Berners-Lee em 1989, enquanto trabalhava no CERN, na Europa.

Tim e sua equipe idealizaram o uso de hipertexto (links clicáveis) para simplificar a navegação entre páginas e compartilhamento de arquivos. Junto com isso, vieram as URLs, o protocolo HTTP e o formato HTML — os pilares que sustentam a web hoje.

A primeira website foi lançada em 1990, e a web tomou forma como um espaço descentralizado e universal para documentar e compartilhar informações. No mesmo ano, a ARPANET foi oficialmente desligada, passando a tocha para uma nova era de conectividade.

Dos modems ao Wi-Fi

Nos anos 1990, o acesso à internet começou com modems barulhentos que transformavam sinais telefônicos em dados digitais. Essa conexão, conhecida como dial-up, era lenta e sofria interrupções. Mas ela foi a porta de entrada para milhões de usuários.

Ao longo das décadas seguintes, a conexão via cabo, depois as redes sem fio (Wi-Fi) e a internet móvel (3G, 4G e 5G) tornaram-se padrão. A evolução tecnológica permitiu saltos de velocidade e acessibilidade, até chegar ao ponto onde estamos hoje.

Conclusão

Da ARPANET às conexões móveis que carregamos no bolso, a internet tornou-se uma parte indispensável do cotidiano. Suas origens, impulsionadas pelo desejo humano de se conectar e compartilhar conhecimentos, mostram como somos curiosos e colaborativos por essência.

Agora que você conhece as raízes da internet, fica o convite para acompanhar a próxima etapa desta jornada: como o Brasil entrou nesse universo de inovação e conectividade. Até lá, deixe suas sugestões, compartilhe ideias e continue conectado!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Back To Top